90 anos de história

*Por Magaly Holanda

90 ANOS DE HISTÓRIA

1
Nós vamos falar aqui
Sobre alguém interessante,
Que vive para família
E sem cansar um só instante
De fazer o que Deus manda,
O realmente importante.

2
Jesus pregou o amor,
Servir a quem precisar,
É assim que fez e faz
Sem de nada reclamar,
Acolhendo em sua casa,
Mostrando que sabe amar.

3
Com Dourinha e Antero
A história começou,
Um casal de muita estima
Que mostrou ser de valor
Zelando pela família
Que construiu com amor.

4
Moravam na Baixa verde
Pereiro no Ceará,
Hoje é Potiretama
Onde fica esse lugar,
Onde nasceu Mariinha
Uma filha exemplar.

5
Isso foi no 10 de março
Em vinte e nove o ano.
Cresceu e foi a escola,
Estudou e fez bom plano
De construir uma família,
Isso não teve engano.

6
Bem jovem se apaixonou
Pelo seu primo Francisco,
Pensaram logo em casar,
Não queriam correr risco
De ficar longe do outro,
Queriam festa e petisco.

7
A petiscada foi boa
Ficou mesmo na memória
O dia do casamento
Aquele dia de glória,
Duas irmãs com dois irmãos
Casaram-se, foi história.

8
A festa foi no Foveiro
Lá no sítio onde morou
Com a família toda junta
Alegria não faltou,
Foram morar em Itaú
E dali logo mudou.

9
Mudou-se para as Quebradas
Onde seus filhos nasceram,
Viu tudo multiplicar,
No comércio floresceram,
Vendiam de tudo um pouco
E na política se meteram.

10
Logo Neném Bilino
Foi de Itaú vereador,
Com Mariinha junto
Demostrando seu amor
Pelas causas sociais
Também se candidatou.

11
No ano 65,
Foi seu primeiro mandato
Já em Severiano Melo
Com Rui Bessa candidato,
Não recebia proventos
Uma voluntária de fato.

12
Chegando 68
Quis de novo se eleger
A vitória foi maior
Nada pode te deter
Foi junto com Bevenuto
Que viu tudo acontecer.

13
Ela contou para mim
Que um dia deixou o lar
Viajando para longe
Foi do seu filho cuidar
Ele estava bem doente,
Pensava não escapar.

14
No ano 68
Foi ao Rio de Janeiro
Buscava a sua cura
Conseguiu, foi dos primeiros
Leonildes ficou bom,
Escapou, foi um guerreiro.

15
O ano 69
Não é bom para lembrar
Foi sua maior derrota
Nada foi comemorar,
Morreu o seu companheiro
É triste de recordar.

16
Essa mãe ficou sozinha
Com sete filhos pequenos,
Aceitar essa passagem
Foi o pior dos venenos,
Cobriu-se toda de preto
Foi “viver o mais com menos”.

17
No ano 72
Uma eleição acirrada
Tendo ela como vice,
Tava matada a charada
Junta a Sobrinho Ferreira
Não seria derrotada.

18
Quando em 76
Foi chegando à eleição
Dona Mariinha fazia
Sempre uma boa ação,
Foi eleita novamente
Pra o bem da população.

19
O ano 79
Novo fato aconteceu
Acolheu uma criança,
Trazendo ao colo seu
Combinando com os filhos
A adoção aconteceu.

20
Sempre fazendo o bem
Sem deixar para depois,
Foi mais uma vez eleita
No ano de 82,
O prefeito foi Ranulfo
Com ele não se dispôs.

21
Foi gestão para servir
A toda população
Levava a Mossoró
Facilitando relação,
Fosse justiça ou saúde
Causava admiração.

22
Assim ficou mais querida
Do povo que precisava,
De tudo entendia um pouco
Sabedoria não faltava,
Bem juntinho do prefeito
Ela também governava.

23
Um ano para história
Foi o de 92
Junto com Genildo Melo
Uma chapa ela compôs
Eleitos com maioria
Fizeram bonito os dois.

24
Uma mulher de fé,
Devota de Santo Antônio,
Trabalhar pela capela
É seu maior patrimônio
E ver as festividades
É sempre seu maior sonho.

25
Desde 65
Da chegada da imagem
Até os dias de hoje
Sempre traz uma mensagem
Mostrando a comunidade
Sua bravura e coragem.

26
Sua história se mistura
Com fé e religião
Sempre mostra a família
Que viver em comunhão
Traz o amor para si
Só faz receber benção.

27
Muitas e muitas vezes
Rezou mil Ave Marias
Para pedir pelo outro
Que estava em agonia,
Só rezava de joelhos e
E jejuava no dia.

28
Tem compromisso de fé,
De fazer a penitência,
De não comer com carne,
São dois dias de ausência
É a quarta e o sábado
Os dias de preferência.

29
Ela é legionária
Consagrada a Maria,
Fez voto de caridade
De servir a Deus seu dia,
Com Ordem de Don José
Ministra a Eucaristia.

30
Um testemunho de fé
E sua filha testada,
Foi quando teve CA
E ela foi informada
Do caso ser avançado
E não poder fazer nada.

31
O momento foi ruim
Para nossa enfermeira
Que entendia do caso,
Que não era brincadeira.
Nem cirurgia fazia,
Sua morte era certeira.

32
Nesse momento falou:
Filha cadê sua fé?
Se for vontade de Deus
Fico boa, e se ele quer
Ficarei mais alguns anos
Sou forte como mulher.

33
Foram logo a Fortaleza
Confirmando a gravidade,
Os filhos ficaram tristes
Com essa realidade,
Iam tentar medicina
Pedindo a Deus piedade.

34
Ela em nenhum momento
Sua esperança perdeu,
Dizia estar preparada
Nunca se entristeceu,
Falou: Deus testa nossa fé,
E Cristo por nós morreu.

35
Acompanhava a missa,
A Deus sempre enalteceu,
E na presença dos filhos
O milagre aconteceu,
Viram sua mãe curada
Provando que a fé valeu.

36
Tem uma história bela
Que Leonel faz descrição,
Que guarda lá na memória
Bem dentro do coração,
Em Itaú tinha crisma,
Vinda de Frei Damião.

37
Ele viu sua mãe entrar
Com 17 afilhados,
Próximo estava os filhos
Esperando ali parados
Registrando bem na mente
O lindo fato passado.

38
Eu testemunho aqui
De Raniere o relato
Dos cuidados com as netas,
Com a nora, isso é fato,
Chorou a sua partida
Se enlutou de imediato.

39
Sabemos que ela foi
Nessa longa trajetória,
Um pouco de enfermeira,
Uma conselheira notória
Pra muitos, psicóloga
É linda sua história.

40
Mariinha de Holanda
São muitos que te conhece,
Falam de sua bondade,
Bons feitos não se esquece,
Seja social ou político
Aplausos ela merece.

FIM

*Magaly Holanda é professora e poetisa